Thursday, 22 September 2011

Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?

Estava eu navegando na internet quando encontrei esse artigo falando sobre a saudade, o qual reflete bem o momento que estou passando agora. Mas além da dor da saudade, quando tenho orado a Deus tenho as vezes a impressão de que estou sózinho, que nem Ele tem me ouvido, como se tivesse me abandonado.

Mas me senti de certa forma consolado quando lendo este texto, me lembrei que o senhor Jesus passou por um momento semelhante, desamparado e só. O livro de Mateus no capítulo 27 retrata bem esse momento, quando Jesus está sendo crucificado.

Do versículo 39 ao 46 de Mateus 27 podemos ler:

39 E os que iam passando blasfemavam dele, meneando a cabeça

40 e dizendo: Tu, que destróis o santuário e em três dias o reedificas, salva-te a ti mesmo; se és Filho de Deus, desce da cruz.

41 De igual modo também os principais sacerdotes, com os escribas e anciãos, escarnecendo, diziam:

42 A outros salvou; a si mesmo não pode salvar. Rei de Israel é ele; desça agora da cruz, e creremos nele;

43 confiou em Deus, livre-o ele agora, se lhe quer bem; porque disse: Sou Filho de Deus.

44 O mesmo lhe lançaram em rosto também os salteadores que com ele foram crucificados.

45 E, desde a hora sexta, houve trevas sobre toda a terra, até a hora nona.

46 Cerca da hora nona, bradou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactani; isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?

E torna a clamar no versículo 50:

50 De novo bradou Jesus com grande voz, e entregou o espírito

Fico imaginando a dor do senhor Jesus neste momento.

Mas o texto reflete um sentimento que acredito que todo cristão um dia experimentou, ou um dia experimentará. E nesse momento, quando tudo ao redor parecer não ter solução, virão os escarnecedores – dos quais alguns cristãos, “irmãos em Cristo”, dirão: você deve estar em pecado; ore mais (como se já não estivesse).

Lendo o texto de Mateus, eu me pergunto: se até mesmo Jesus, o verbo que se fez carne, parte da trindade, filho de Deus, conhecedor de toda glória e poder do reino, se até ele sentiu e teve este momento de abandono, por que eu, um pecador não posso passar pela mesma situação?

A verdade é que no fundo temos que continuar com nossa fé, por menor e mais abalada que ela esteja, e não desanimar em oração e busca, pois como diz o profeta Isaias no capítulo 59 versículo 1: 

“Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para que não possa ouvir;”

Temos que continuar clamando, e lembrar que mesmo o senhor Jesus, passando por este momento de solidão, ao terceiro dia ressucitou, foi recebido aos céus a assentou-se à direita de Deus.

Deus não esqueceu ou abandonou o senhor Jesus, e o mesmo não fará conosco. Que esse momento de aparente distância de Deus, ou até mesmo dúvida quanto à sua existência, possa gerar em nós ainda mais forças para buscá-lo mais e mais. 

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